terça-feira, 31 de maio de 2011

Idosos superativos


Manter-se ativo é um importante diferencial para um processo de envelhecimento mais saudável. Quando falo em atividade, refiro-me ao termo de maneira abrangente, incluindo assim a atividade física, a atividade intelectual e cognitiva, a atividade do ponto de vista social.

Porém, há alguns dias recebi a indicação de um artigo que falava sobre os idosos superativos – pessoas maiores de sessenta anos que são ativas em excesso. Este é um fenômeno que há alguns anos vem acontecendo com as crianças: os pais acabam sobrecarregando-as de atividades extraescolares, o que acaba sendo cansativo e contraproducente.

Em relação aos idosos, isto não é diferente. Alguns idosos estão se excedendo no quesito atividade, o que pode deixá-los cansados, ansiosos e estressados frente a muitos compromissos, agenda cheia e pouco tempo livre para si mesmo.

Por isto, fica um alerta: assim como os pais precisam dosar as atividades das crianças, os idosos também necessitam tomar este cuidado. É comum, após a aposentadoria, surgir o receio de a saída do mercado de trabalho dar lugar a um sentimento de inutilidade e vazio. A saída dos filhos da casa dos pais pode desencadear o mesmo sentimento de vazio. Na tentativa de sentir-se útil frente a estas grandes mudanças no estilo de vida do idoso, é comum a busca incessante por atividades que preencham o tempo. No início esta postura costuma ser benéfica para o idoso, porém, após um tempo, a rotina começa a cansar.

Antes de ingressar num grande número de atividades, o idoso deve tomar alguns cuidados. O primeiro é escolher atividades que sejam de seu interesse, como, por exemplo, aquelas que o idoso almeja há mais tempo e não pode realizar anteriormente devido à sua antiga realidade de vida. O segundo cuidado é em relação aos horários. Não vale a pena preencher todo o tempo, como se fosse uma jornada de trabalho. O idoso deve ter tempo livre para ser desfrutado após a aposentadoria para o lazer e para a realização de tarefas como fazer compras, ir ao médico, tomar conta de um neto, viajar, dentre outras. É legal ter um dia útil para isso.

O terceiro cuidado é em relação à natureza das atividades. Se o idoso dispor de condições para desempenhar mais de uma, procure diversificar em relação à sua natureza como, por exemplo, trabalho voluntário, aprendizagem (informática, línguas, educação formal), trabalhos manuais, atividade física, grupos religiosos, grupos de terceira idade, etc. Fazer mais de uma atividade parecida (como, por exemplo, fazer hidroginástica e caminhada) no mesmo dia pode trazer prejuízos ao idoso. O último cuidado é em relação à família. Normalmente cônjuges e filhos reclamam da repentina ausência do idoso em relação à família, por isso, é importante não comprometer o tempo reservado à família com as atividades.

De maneira geral, fica a recomendação: mantenha-se ativo, independente de sua faixa etária, porém, da mesma forma, não se sobrecarregue, reserve um tempo para o lazer!


Luciene C. Miranda
Psicóloga - lucienecm@yahoo.com.br
Cuidar de Idosos

sábado, 28 de maio de 2011

Fique por dentro da doença de Parkinson

A doença de Parkinson é causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, substância que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas e capaz de ajudar na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática.

Dessa maneira, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam graças à presença da dopamina no cérebro.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a doença atinge aproximadamente quatro milhões de pessoas no mundo. Estima-se que existam cerca de 200 mil casos da doença no Brasil – a maior parte deles está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, responsáveis por um total estimado de 64 mil casos.

SINAIS - Lentidão de movimentos, rigidez muscular, tremores e alterações no equilíbrio que acarretam dificuldades para exercer as atividades diárias são os principais sintomas da doença de Parkinson, que – em fase mais avançada – leva os pacientes à incapacidade para as funções da vida diária.

Diga-se de passagem, nem sempre sinais como tremor e perda do equilíbrio significam a presença da enfermidade, que atinge principalmente a população acima dos 50 anos de idade. Muitas pessoas acreditam que são portadoras do distúrbio, mas podem estar enganadas.

O uso de alguns medicamentos, especialmente por idosos, também causa esse tipo de reação adversa. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 25% dos pacientes que apresentam os sinais de Parkinson não têm a doença. Esse é mais um motivo para que a população acima de 50 anos (grupo mais atingido pelo distúrbio) não use remédios sem orientação médica.

Bom frisar que os portadores precisam de acompanhamento frequente, pois tendem a apresentar dificuldades de caminhar, equilibrar, engolir, escrever e até falar. O diagnóstico da doença é inteiramente clínico e para fazê-lo, o médico se orienta pelos sintomas neurológicos que o paciente apresenta.

Os especialistas não sabem ao certo como o distúrbio se desenvolve. “Acredita-se que fatores genéticos e ambientais ou outras doenças degenerativas possam ser alguns dos causadores da doença”, frisa Nilton Lara.

*Com informações da Academia Brasileira de Neurologia e da Target Consultoria em Comunicação Empresarial.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Envelhecimento e dignidade humana

São as experiências de toda a vida que determinarão se a velhice será uma oportunidade para a liberdade e consolidação da experiência adquirida ou uma prisão de todo potencial humano. Atingimos a terceira idade na sexta década. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o envelhecimento ocorre de forma diferenciada para cada pessoa e tem múltiplas dimensões (física, mental, social, política, econômica e cultural).

Observa-se hoje um momento na sobrevida da população. Prevê-se que, ainda neste século, com os avanços científicos e técnicos permitirão ao indivíduo atingir a idade de 110 anos – uma idade que corresponde aos limites biológicos do ser humano. Essa previsão traz a preocupação em garantir aos idosos não apenas maior longevidade, mas felicidade, qualidade de vida e satisfação pessoal. Tal revolução demográfica formula aos especialistas, às pessoas públicas e à coletividade um desafio social e uma demanda por definições de políticas públicas para a promoção da saúde no envelhecimento.

Quando nos relacionamos às questões ligadas à terceira idade ao debate acerca da cidadania, partimos da prerrogativa de que a idade de alguém não se pode tornar parâmetro para a exclusão do indivíduo em qualquer nível. O Estatuto do Idoso (aprovado em 2003, com 118 artigos) é um marco importante na luta pelos direitos dos idosos, prevendo penas severas nos casos de desrespeito e abandono. A partir da promulgação do Estatuto, discriminação ao idoso em qualquer situação passou a ser encarada como crime, o que permite a justiça punir famílias que abandonam seus idosos em hospitais e Clínicas de saúde.



Nossa sociedade cultiva o mito da eterna juventude, de um lado, e incrementa a obsolescência programada, de outro. Acaba marginalizando os idosos como feios, seres improdutivos e os joga em asilos ou em fundos de quintais descartando-os como um produto perecível qualquer. Temos muito, o que aprender a partir das luzes do entardecer da vida, na sabedoria que brota da experiência que entende a vida não como um problema a ser resolvido nos circuitos requintados da eletrônica digital, mas como um mistério a ser descoberto e partilhado na gratuidade do amor a cada dia. Este é o segredo do envelhecer de forma graciosa, elegante e digna, que mais que acrescentar anos a vida, acrescenta vida aos anos!

Luiz Carlos Ribeiro – Filósofo/Teólogo/Filósofo Clínico
Cuidar de idosos

terça-feira, 24 de maio de 2011

Alimentos funcionais na prevenção de doenças cardiovasculares


As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no país desde os anos 60, acometendo 300 mil brasileiros por ano. Os principais fatores de riscos identificados são: alimentação inadequada, obesidade, tabagismo, inatividade física e doenças correlatas como o Diabetes Mellitus.

As doenças cardiovasculares (DCV) possuem etiologia multifatorial sendo por isso difícil associar à alteração de apenas um marcador a redução do risco de DCV. No entanto estudos recentes suportam que a redução do colesterol LDL plasmático e da pressão sanguínea se traduzem na redução da morbimortalidade associada à DCV.

O conhecimento da quantidade e natureza da gordura dos alimentos é necessário para a sua correta indicação, uma vez que o consumo inadequado desse nutriente é um dos fatores de risco associados ao desenvolvimento de DCV. Os fitoesteróis, gorduras benéficas contidas nos vegetais, auxiliam na redução do mau colesterol. 

Alimentos como abacate, semente de linhaça, azeite de oliva, castanha do Pará, nozes, em pequenas quantidades diariamente possuem efeitos benéfico no controle de doenças cardiovasculares, por conter fitoesteróis. Mais ainda são necessários mais estudos para avaliar a eficácia na adoção dos alimentos funcionais na dieta de portadores de doenças cardiovasculares. 

IBGE, Dados de morbimortalidades 2008.Ministério da saúde
Alimentos funcionais na prevenção de doenças cardiovasculares: recomendações

domingo, 22 de maio de 2011

PROCESSO SELETIVO 2011.2


Inscrições liberadas a partir de segunda-feira 23/05/2011

Aposentadoria... e agora?


Ronaldo aposentou-se. Apresentou ao público suas razões, em anúncio transmitido pela tevê: “Perdi para o meu corpo”. Mas não havia apenas lamento, desculpas e agradecimentos no discurso do maior artilheiro das copas do mundo. Ele falou de planos.

Embora se possa julgar que o ex-craque – aos 34, condição financeira absurdamente favorecida etc. – não serve de parâmetro, é possível encontrar no episódio similaridades com casos de, digamos, mortais comuns. De alguma maneira, ou de várias maneiras, Ronaldo preparou-se para a aposentadoria. Para os tempos em que deixaria de ouvir milhares a lhe saudarem nos estádios. Ele não pretende usar o (novo) tempo disponível somente para levar os filhos ao colégio bilíngue ou passear de barco por Angra. No pronunciamento, citou uma série de negócios a que pretende estar ligado no futuro – imediato e além.

É o que diz Ronaldo. E é o que se recomenda que se faça – uma preparação. Não só para gente de “menos idade”, “privilegiada”, como ele: a organização prévia é importante para todos. 
Uma tese de doutorado defendida recentemente na Faculdade de Medicina da USP trata do tema. Em “Fatores de risco à senilidade na transição à aposentadoria”, o psicólogo Juan Canizares estuda efeitos – psíquicos, sociais – do desligamento do emprego.

O médico Wilson Jacob Filho, professor da faculdade e diretor do serviço de geriatria do Hospital das Clínicas, observa que essa aposentadoria ativa necessita ser planejada. “O indivíduo deve, desde sempre, imaginar o que gostaria de fazer quando não estiver mais trabalhando. E, de preferência, ter respostas plurais: para ganhar algum dinheiro seria isso, para ter prazer seria aquilo... Ele deve, enfim, estar ciente que um dia irá se aposentar.”
 
Modelo antigo
Nosso modelo de aposentadoria foi estabelecido há meio século, época em que se acreditava que iríamos trabalhar por muito tempo (até por volta dos 60) e ficar aposentados por pouco tempo (uma década, mais ou menos). Pois o processo evolutivo, no que têm parte os avanços da ciência, se encarregou de tornar obsoleto esse desenho. “Hoje, uma pessoa de 60 anos tem plenas condições de começar alguma coisa, enquanto no passado ela estava em franca decadência”, avalia Jacob Filho

Não é férias
Erra quem acredita que a temporada pós-trabalho é constituída de uma liberdade que só traz benefícios, conforto. Há o lado positivo, naturalmente. Mas quem trabalhou a vida inteira pode imaginar que deixará de ser produtivo, de verter recursos para a família, para a sociedade. “E, às vezes, é o contrário, essa pessoa mantém a família com o dinheiro da aposentadoria”, pondera a gerontóloga Cláudia Ajzen, professora de psicologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). “Tudo depende de como ela se aposentou em termos financeiros. Infelizmente, o dinheiro vai reger grande parte desse sossego.”
 
Atividades adequadas
É consenso que a noção antiga que se tinha do aposentado – o sujeito em pijamas, vivendo repouso permanente – perdeu sentido. A medicina, sobretudo a preventiva, auxilia na manutenção do envelhecimento saudável. Houve também mudanças econômicas, sociais.
“As pessoas têm um valor de participação na comunidade, o que tem de ser estimulado sempre”, considera Marisa Aciolly, professora de gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. “Aos que desejam continuar trabalhando, há empresas que oferecem serviços para idosos, com jornada inferior a oito horas por dia.”
 
Medo e depressão
Redução de dinheiro, prejuízo social, problemas de autoestima – são essas as contingências mais comuns enfrentadas por aposentados. Vivemos mais, e vivemos um tempo que dá extremo valor àquilo que é associado a comportamentos, e capacidades, dos jovens.
 
Jacob Filho ressalta que, na tese do psicólogo Juan Canizares, foram percebidos dois tipos de “medos” ligados à aposentadoria. O primeiro, mais usual, a perda de status: caem salários, bonificações. O segundo, a perda de prestígio: vale, principalmente, para posições de destaque, e Ronaldo e o ex-presidente Lula são exemplos notórios.

Se não é planejada, a aposentadoria pode ter implicações de ordem física e mental. Física porque a pessoa diminui o ritmo, move-se menos. Mental porque em geral a atividade cerebral diminui. “A repercussão é a piora da capacidade de raciocínio, cognitiva. O indivíduo passa, simultaneamente, por uma perda de autoestima, que pode ser a base para um estado de depressão.”
 
O estabelecimento de um plano permite a superação desse período de transição complicado. Que faz até Ronaldo, um célebre crítico da prática da concentração, admitir que sentirá falta do encarceramento involuntário dos jogadores às vésperas das partidas.
 
Leitura sobre o assunto: Portal da Saúde Unifesp
Imagem: Google Imagens

sábado, 21 de maio de 2011

Sexualidade do Casal Idoso

Mitos sobre idade e sexualidade
O que mais se fala em nossa cultura sobre asexualidade em idosos são circunstâncias mitificadas. Vejamos dois mitos contraditórios comuns de se ouvir:

Mito 1- Ao envelhecer, não há qualquer mudança no interesse sexual do homem, nem na resposta ou desempenho sexuais.

Mito 2- Envelhecendo você perde o interesse no sexo e não conseguirá mais fazer sexo.

Esta compreensão sem fundamentação cientifica precisa ser substituída, mas somente o será trazendo esta discussão com quem ainda não atingiu uma idade mais avançada.

O aumento da expectativa de vida no séc. XX mostrou que o número das pessoas com mais de 65 anos tem crescido muito. No ano 2000 tínhamos no Brasil 9.926.472 pessoas com mais de 65 anos. A tendência de aumentar a percentagem já é percebida, fazendo com que as próximas décadas produzam mais habitantes com vida mais prolongada sobrevivendo!

Mesmo com o crescimento da população, mais idosos, pouca atenção tem sido dedicada ao tratamento de disfunções sexuais em idosos, senão até a última década do séc. XX.  E mesmo assim esta discussão apenas começou e ainda precisa de muita atenção de profissionais de saúde.

A Organização Mundial da Saúde, a partir de discussões e consultas a grupos de especialistas em sexualidade entre 1974 e 2003, definiu a Saúde Sexual:

“A integração dos aspectos afetivos, somáticos e intelectuais do ser sexuado, de modo tal que dela derive o enriquecimento e o desenvolvimento da pessoa humana, a comunicação e o amor”.

No transcorrer da senectude, a sexualidade segue desempenhando um papel importante, mesmo que pese a falta de oportunidades para exercê-la e a marginalização que socialmente sofre a população idosa.

Winn e Newton (1982) usaram arquivos para comparar a sexualidade de idosos em 106 culturas. Concluíram que a continuidade da sexualidade em idosos em muitas sociedades significava que os fatores culturais devem ser a chave determinante para o comportamento sexual. A compreensão da sexualidade noidoso é o que permite que idosos aproveitem a vida sexual.

Sexo muda com a idade – homens

Idosos não conhecem as mudanças no funcionamento sexual relacionados ao envelhecimento, e adotam as atitudes sociais de sexo e atividades sexuais que aprenderam que eram de idosos. Este “conhecimento” aprendido desde infância sobre como deverá ser mais tarde na vida produz muita ansiedade relacionada a expressão da sexualidade. Buscar atividades sexuais sob ansiedade prejudica o desempenho sexual de homens e mulheres, produzindo disfunções sexuais.

A ansiedade e medo advinda da interpretação negativa das mudanças genitais e da função sexual associadas com a idade está na base de muitos problemas vividos pelos mais idosos.

Mudanças genitais e da resposta sexual precisam ser conhecidas por quem envelhece e pelos profissionais de saúde que deles cuidam.

Por exemplo, homens tendem a precisar de mais tempo para obter uma ereção, existe aumento do tempo de ereção pré-ejaculação, diminuição da força da ejaculação, e o aumento do tempo da fase refratária, dificultando a próxima ereção.

Embora a incidência de disfunções sexuais aumentem com a idade, associam-se a problemas de saúde que aumentam com a idade, e não com a idade por si.

Muitas doenças endócrinas, vasculares, e neurológicas podem interferir na função sexual, tanto quanto os medicamentos e cirurgias para os tratamentos. Estes fatores de saúde são mais prevalentes em idosos, o que não deveria surpreender termos mais causas orgânicas para as disfunções sexuais nos idosos.

Os fatores patológicos que afetam a função sexual: doenças cardiovasculares, demência, artrite e cirurgias.

Medicamentos que afetam o sistema nervoso autônomo podem interferir com a função sexual.

Muitas medicações que idosos usam também afetam a sexualidade: anti-hipertensivos, tranqüilizantes, antidepressivos.

Mudanças que ocorrem na fisiologia do homem idoso podem afetar a ereção e a ejaculação.

Estas mudanças não precisam ter um impactos na obtenção de prazer sexual, e não teriam se não fosse a interpretação errada que as pessoas fazem ao ficarem mais velhas.

Conhecer que estas mudanças não são disfuncionais e o auxílio para adaptações na prática sexual são cruciais para a prevenção de disfunções sexuais devido a ansiedade.

Sexo muda com a idade – mulheres
Na mulher idosa os efeitos fisiológicos do envelhecimento que afetam a função sexual devem-se ao decréscimo de circulação de estrogênio após a menopausa.

A velocidade e quantidade de lubrificação vaginal diminui e ocorre uma atrofia geral da vagina. Para muitas mulheres estas mudanças significam a liberdade para explorar a atividade sexual com prazer e sem preocupar-se com agravidez.

Mudanças Genitais na mulher incluem redução do tamanho do clitóris, da vulva, do tecido labial, diminuição do tamanho do cérvix, útero e ovários, e perda de elasticidade e afinamento da parede vaginal.

Algumas mulheres podem experienciar lubrificação inadequada e coito pode ser doloroso com as paredes vaginais muito finas.

O declínio cognitivo que pode ocorrer em idosos pode influencias a atividade sexual.
A deterioração cognitiva relacionada a desordens de demência pode afetar o comportamento sexual, produzindo problemas no relacionamento do casal.

Sexualidade – comportamentos
Pesquisa com 800 idosos sobre o que sentiam sobre as atividades sexuais revelaram que os idosos definem e expressam a sexualidade de modo mais difuso e variado do que os grupos mais jovens sugerindo que as mudanças na expressão da atividade sexual pode ser mais comum com o avanço da idade.

Comportamento sexual e atitudes sobre sexo no idoso refletem a continuidade dos padrões adquiridos nas duas primeiras décadas de vida.

Aqueles mais ativos na juventude tendem a manter este padrão durante toda a vida.

Atitudes negativas sobre sexo aprendidas na juventude podem produzir interferir na habilidade de obter prazer sexual na terceira idade.

Atividade sexual relaciona-se com comportamento e atitudes sexuais, grau de interesse sexual, e freqüência de atividade sexual anterior.

Outros fatores psicossociais que afetam o funcionamento sexual de idosos:  muitos casais com problemas de rotina e vida enfadonha com o relacionamento de longo prazo, relacionamento ou casamento sem amor nas décadas intermediarias minam a possibilidade de condições futuras.

Mudanças no estilo de vida relacionadas a aposentadoria, mudanças e problemas de adaptação, precisam ser considerados.

Com a aposentadoria o homem deixa as atividades percebidas como masculinas o que pode produzir diminuição da auto-estima e afetar o desempenho sexual.

Sanções religiosas que restringem o sexo à reprodução e ignoram a importância da intimidade, amor e prazer sexual na produção do bem estar, negam a importância destas necessidades humanas.

Educação sexual não é apenas para jovens
Conhecimento e atitudes sobre sexualidade influencia as percepções sobre as necessidades sexuais e sentimentos na terceira idade.Associação entre conhecimento e atitudes sobre sexo na terceira idade.

Intervenções educacionais são necessárias para diminuir mitos, estereótipos e iniciar atitudes positivas a idosos para promover a percepção de que a expressão sexual faz parte da vida independente da idade.

É ampla a evidência que sugere que a educação sexual para idosos conduz a atitudes positivas sobre sexo.

Idosos tem poucas oportunidades de acesso a educação, menos ainda a educação sexual.

Idosos não tem acesso a informações sobre sexualidade e desconhecem o funcionamento sexual.

Nas casas de repouso e serviços geriátricos em que pessoal de saúde tem mais informações sobre sexualidade, os idosos tem atitudes de maior aceitacao sobre sexualidade.

Através do “Aged Sexuality Knowledge and Attitudes Scale (ASKAS)”, um estudo do efeito da intervenção educacional sobre sexualidade em idosos, familiares e profissionais de saúde apontou:

Existe um aumento significativo do conhecimento, das atividades sexuais e satisfação com o sexo, e o desenvolvimento de atitudes mais permissivas após a intervenção educacional de um processo de Educação Sexual aplicado a idosos.

Antes de 1980, a maioria dos sujeitos de pesquisas em sexualidade eram idosos de casas de repouso, produzindo apenas conhecimento limitado a atitudes negativas sobre sexualidade.

Estudos sobre profissionais de saúde com idosos mostram que com o aumento de conhecimento deles sobre sexualidade em idosos produzem maior aceitação das atitudes sexuais em idosos.

Assim os psicólogos que se dedicam a atender queixas sexuais podem auxiliar casais mais idosos a compreenderem suas mudanças e poderem mudar idéias errôneas e mudar processos mentais que os conduzem a erros. Assim virá uma felicidade sexual possível e real.


Postado por Raphael - 18/02/2011
http://semeandooconhecimento.net

quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Prestenção, minha gente"

Na fila que me parecia quase um século, minha atenção foi subitamente arrebatada por aquela figura entrando pela porta estreita da única casa lotérica da praia.

A prata dos cabelos presos num coque à moda antiga, o indefectível casaquinho usado por todas as avós do mundo, o par de óculos colado à ponta de seu nariz como parte de seu corpo... Nada, nada mesmo combinava com seus olhos. De um azul raro e imenso, quase celeste, era como um convite irrecusável à eternidade, tão jovens aparentava.


Com uma bengala que se não era de prata pura, parecia, ela deu alguns passos, meio trôpega e postou-se na fila do caixa onde havia um cartaz bastante visível e claro que dizia: “Idosos, deficientes e pessoas com crianças de colo”. Leu-o, como fazia todos os meses em que ali vinha receber a pensão de seu coronel, um amor que nem a morte separou. Mal tirou os olhos do cartaz, virou-se e deu de cara com uma moça com uma criança no colo.


Alta, de longos e bem tratados cabelos loiros, corpo bem feito à mostra num vestido curtíssimo, bem próprio para praia, a moça certamente estaria habituada a chamar atenção por onde passasse. Mas ela nunca imaginou que naquele dia, as atenções seriam redobradas. E ainda por um mal feito.


A senhorinha passou a olhar a moça acintosamente, de cima a baixo, como se varresse com o olhar algo desagradável. De repente, ela cruzou os braços à frente do peito como que para tomar coragem, levantou a cabeça para alcançar o olhar dela, tão falsamente distraído e disse:


– Ôôôô... mocinha! Acho que você cometeu um engano. O atendimento diferenciado inclui ‘pessoas com criança DE colo’ e não ‘pessoas com crianças NO colo”. – explicou, enfatizando o ‘no’.


Para nós, a população lotérica, que já tínhamos lido todos os cartazes da saleta e conversado com todos os conhecidos, aquilo naturalmente, foi um prato cheio para aliviar o tédio.


Não era implicância de gente velha, não.
A criança era um baita de um guri, um galalau, passava de três anos e fazia força o tempo todo para livrar-se daquele colo inexplicável.


A moça até que tentou por alguns minutos ignorar o comentário, mas a senhora estava determinada a fazer justiça naquele momento:


– E então? – disse, espalmando as duas mãos e erguendo o queixo num gesto de evidente cobrança de atitude.


Não tendo mais como se livrar da velhinha e dos olhares cúmplices que a cercavam por todos os lados, ela explicou:


– Eu sempre pego fila, mas hoje estou precisando...


– Pois muito bem, minha filha. Parabéns pela sua educação! – e voltou-se para o caixa que a sua vez já chegara.


Devia ter cerca de vinte pessoas irritadas pela espera no recinto, todas loucas por uma boa desculpa para desabafar. Todas mantiveram o olhar firme na moça sem educação. Eu, protegida atrás de uns óculos escuros enormes, assistia tudo, morta de vergonha por ela. Pensei no quanto é humilhante receber uma lição daquelas, já sendo adulta, em público, por gente desconhecida.


O mal-estar durou uns minutos. Logo, não resistindo mais a pressão invisível e muda do povo, a moça desistiu e saiu da sala, com aquela criança enorme ao lado e as contas por pagar.


Quanto à senhora boca-dura, ficou o exemplo de civilidade a todos nós, que preferimos fazer vista grossa para não nos incomodarmos com situações como aquela, num país onde todos fazem o que querem e ninguém reclama.


Tive vontade de por a senhorinha debaixo do braço e levá-la até Brasília para resolver a questão da mega usina de Belo Monte que ameaça destruir boa parte da Amazônia desafiando a legislação ambiental, pondo diretor de Ibama para correr e coisa e tal.


Mas poderíamos começar por aqui, no centro de São Francisco do Sul. Ah! Esta velhinha na Prefeitura... Aposto que impediria a Norsul de entrar na ilha para fazer os estragos que promete, a despeito dos pareceres contra de biólogos e a desaprovação pública da população.A senhorinha, ao terminar sua tarefa no caixa, caminhou até a porta, e, como se estivesse se esquecendo de algo, virou-se e disse, para quem quisesse ouvir:


– Preste atenção, minha gente. Não deixe que te façam de bobo.


Autor: Fernanda de Aquino

Fonte: Correio do Litoral.Com

De: Longevidade, Silvia Masc 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Imagem corporal e a "máquina enferrujada pelo tempo" na fase da velhice

Imagem corporal é estruturada pelo modo como o indivíduo pensa em relação ao próprio corpo.

“Imagem corporal é a figuração do próprio corpo formada e estruturada na mente do mesmo indivíduo, ou seja, a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio” (MATARUNA, 2004). No entanto, para Fisher (1990, p.8) apud Barros (2005, p.548), “A imagem corporal não é só uma construção cognitiva, mas também uma reflexão dos desejos, atitudes emocionais e interação com os outros”. A percepção da imagem corporal reflete a forma como as pessoas vêem e percebem seu próprio corpo, sendo influenciada por inúmeros fatores de origem física, psicológica e cultural. A insatisfação com a própria imagem corporal está relacionada, entre outros fatores, a mudanças físicas e psicológicas decorrente da velhice.

A pesquisa em relação ao corpo que envelhece, de Beauvoir (1990) apud Lago (2005, p.16), afirma que muitas pessoas, tentam iludir aos outros com seus trajes e maquiagem, mas acima de tudo estão tentando convencer a si mesmas que podem escapar da velhice. Aceitar que estamos envelhecendo não é uma tarefa fácil. De forma geral, o ser humano teme a aparência do seu corpo, não aceitando os contrastes entre a juventude e a velhice.

A identidade do idoso em nossa sociedade é construída pela contraposição à identidade do jovem, identificando ainda a oposição das qualidades dos mesmos, jovem e velho: atividade, força, memória, beleza, potência e produtividade.

A velhice também reflete o fato do corpo humano muitas vezes ser comparado com uma máquina, que, com o tempo, vai se desgastando até um dia essa parar de funcionar. Podendo da mesma forma, antes da máquina parar totalmente, ter seus componentes que não mais funcionam substituídos por novos componentes. “Será que somos castigados pelo tempo? Será que o tempo nos devasta como os ventos em dias de tempestade? Enferrujamos pela passagem dos anos? Nossas engrenagens ficam emperradas tornando-nos desengonçados? Funcionamos mal porque nossos componentes estão velhos? Em determinada época, precisaremos ser substituídos pelos mais novos?” (MONTEIRO, 2001, p 83).

A idéia de que o corpo humano é uma máquina, que sempre vai precisar de manutenção, à medida que seu tempo em funcionamento vai aumentando, é um tanto quanto importuna. O corpo é muito mais que essa visão mecanicista de se entender o processo causado pelo tempo no corpo das pessoas. Independente da idade cronológica, os organismos vivos têm sua complexidade e subjetividade, além, dos sentimentos, emoções, pensamentos e também a sua capacidade de se adaptar a ambientes em que tem suas relações que faz do ser humano portador de certa plasticidade social.

Segundo Tavares (2003) apud Secchi et al (2009, p.230), o desenvolvimento da imagem corporal é intimamente ligado à estruturação da identidade no seio de um grupo social.  Outro autor, Schilder (1977) apud Secchi et al (2009, p.230) acrescenta que a preocupação com a dimensão corporal, apresentada pelas pessoas que cercam o indivíduo, interfere de modo fundamental na elaboração da imagem corporal desse indivíduo.  

Camila Andrade
Integrante LAGERPE


BARROS, D. D.; Imagem corporal: a descoberta de si mesmo. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 12, n. 2, p. 547-54, maio/ago. 2005.
LAGO, L. P. A Socialização do Idoso e o Movimento Corporal. São Paulo. 2005. Dissertação (Mestrado em Gerontologia)- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 
MATARUNA, L. Imagem Corporal: noções e definições. Revista Digital - Buenos Aires, Año 10 - N° 71 - Abril de 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd71/imagem.htm> Acesso em: 20 de Novembro de 2009.
MONTEIRO, P. P. A Beleza do Envelhecer: Caminhos Possíveis. Revista Faculdades Paulista de Serviço Social, ano VI, n.31, p. 6-9.  São Paulo, 2004. Disponível em: <http://pedropaulomonteiro.com/artigos_ciencia3.htm> Acesso em: 21 de Novembro de 2009.
SECCHI, K.; CAMARGO, B. V.; BERTOLDO, R. B. Percepção da Imagem Corporal e Representações Sociais do Corpo. Psic.: Teor. e Pesq., Vol. 25 n. 2, p. 229-236. Brasília. Abr/Jun, 2009.

sábado, 14 de maio de 2011

Gerontopédia – a Enciclopédia Online da Gerontologia


Muito interessante este projeto chamado de Gerontopédia, a primeira enciclopédia de geriatria e gerontologia online e gratuita.

A Gerontopédia é um projeto do Age e da UnATI/UERJ e conta com a colaboração de profissionais das mais variadas áreas relacionadas à geriatria e à gerontologia.

No site é possível encontrar definições sobre questões que afetam a qualidade de vida e o dia-a-dia dos idosos, bem como os fatores que influenciam no envelhecimento humano.
É um trabalho muito bem feito, para saber mais, acessem: 

terça-feira, 10 de maio de 2011

Aproveitando melhor a consulta geriátrica


Está bem claro que a dependência do idoso está diretamente relacionada com o grau de saúde que ele apresenta. Em outras palavras, quanto maior o número de doenças incapacitantes o idoso apresentar (como doenças do coração, déficit de visão, demência, Parkinson…), maior é o cuidado e a atenção que os familiares e os cuidadores terão com ele. Complementando, quanto maior o grau de dependência funcional de um idoso, certamente maior o número de médicos que o assistem. E é aí que mora o perigo. A medicina está alcançando, nos dias atuais, um grande avanço no que diz respeito aos diagnósticos mais precisos e à tratamentos mais eficazes para inúmeras patologias. Entretanto, ela ficou muito segmentada, muito dividida em várias especialidades, cada uma preocupada somente com seu órgão, seu sistema e suas doenças. Não olha a pessoa como um todo.

““Olha, a sua pressão está controlada, mas esta parte da gastrite você dever ver com o gastro!””

"Dona Maria, seu intestino solto não é causado pela vesícula. Talvez, seria melhorar procurar um proctologista e examinar melhor seu intestino.””

““O médico ortopedista pediu para ir ao reumatologista ver esta minha coluna, que não pára de doer!””

Os exemplos acima mostram claramente como a medicina funciona, nos dias de hoje. Na grande maioria das vezes, funciona até muito bem, quando a pessoa é mais jovem ou tem poucos problemas de saúde para resolver. Já com o idoso e, principalmente com o idoso mais dependente, esta fórmula é causadora de inúmeros transtornos e efeitos colaterais. 

Explico: quanto maior a dependência do idoso, maiores e mais severos são os problemas de saúde, maior o número de medicamentos que ele toma, maior a quantidade de exames que ele faz e, para fechar esta conclusão, maior o número de médicos que o acompanha. Cada um tratando da sua parte, do seu órgão, da sua doença!

A visão do médico generalista, do clínico geral, do médico da família, neste caso, é sempre bem vinda, pois ao tratar o idoso como uma pessoa, ele vê sua saúde como parte de um todo, racionalizando o tratamento e evitando excessos de medicamentos e exames. Este é o trabalho e a função primordial do geriatra. Lembrando, a geriatria é a especialidade da medicina que trata das pessoas da terceira idade.

Algumas vezes, o próprio geriatra solicita auxílio de outros colegas especialistas, para ajudar em enfermidades que, sozinho, não consegue tratar. Exemplo: o oftalmologista, o urologista, o oncologista e os cirurgiões. Porém, a racionalização do plano geral de tratamento e reabilitação de um idoso dependente é responsabilidade do geriatra. Com uma visão mais holística, olhando o idoso como pessoa, procurando diagnosticar e tratar o que realmente vai melhorar sua qualidade de vida, o geriatra busca estreitar laços de respeito e confiança com seus clientes e com a família, resgatando a imagem do médico da família.

Tanto em consulta domiciliar, muito comum no caso do idoso dependente e imobilizado, quanto no consultório médico, é muito importante a família atentar para as seguintes recomendações, aproveitando melhor o tempo e as orientações do médico:
  • •Chegue com alguma antecedência à hora marcada para consulta (10 minutos). Digo isso, pois é muito comum ver familiares e idosos chegarem aos consultórios com muita antecedência, às vezes de mais de uma hora. Enche a sala de espera e cria um desconforto para o idoso e para outros clientes que estão com hora marcada antes e acham que o seu idoso será passado na frente.
  • •O tempo do médico é de ouro. Não há justificativa para atender um cliente em 10 minutos, principalmente o idoso que demanda uma atenção maior e um exame mais apurado. Porém, trazer vários membros da família, fazer inúmeras perguntas ao médico, principalmente que não tem relação com a saúde do idoso, é atrasar uma consulta além do necessário.
  • •Tragam escrito no papel as dúvidas, as queixas e os questionamentos sobre o idoso, se for uma consulta de rotina e de controle. Se for uma consulta inicial com o geriatra, faça em casa um relatório escrito com toda a história de saúde e de doenças do seu familiar idoso, com detalhes sobre datas de internamentos e cirurgias, medicações que já tomou e as medicações atuais que está tomando. Este procedimento irá facilitar muito a consulta inicial e ajudar no diagnóstico do médico e no posterior tratamento.
  • •Fale de todos os médicos que estão acompanhando o idoso atualmente, com as suas respectivas medicações e exames já feitos (os mais atuais).
  • •Evite que o seu idoso, principalmente se for mais dependente, tenha inúmeros médicos acompanhando. Como frisado acima, o geriatra poderá encaminhar, se necessário, para o especialista.
  • •Se você tiver dúvida em relação à medicação que o idoso está tomando, traga a sacola com todos os medicamentos e converse com o geriatra. Ele irá te orientar quais os medicamentos corretos que o idoso deve tomar, otimizar as doses e facilitar os horários da administração dos remédios.
  • •Procurem ter uma relação de cordialidade e confiança com o médico do idoso. Lembrar que os exames complementares (exames de sangue, rx, tomografias, ultrassons, dentre outros) são para ajudar no diagnóstico. Eles não substituem o médico e nem são a última palavra em relação ao diagnóstico. Muitos exames desnecessários trazem prejuízo para a saúde do idoso e encarecem o tratamento.
  • •Finalmente, lembrar que o médico é um ser humano como qualquer outro. Tem sua família, seus problemas pessoais e um tempo extremamente curto para lazer, hobbies e convívio com a família. “Endeusar” a figura do médico pode não ser mais uma maneira de elogiar o seu trabalho (antigamente isto era muito comum: “Pra mim, é Deus no céu e o Dr. Fulano na terra!”).
Falamos em melhorar o rendimento de uma consulta geriátrica, mas também devemos lembrar que o idoso dependente requer um cuidado mais complexo e, por isto, a presença de uma equipe multidisciplinar:– geriatra, fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, enfermeiro, odontogeriatra, nutricionista, assistente social, dentre outros, é fundamental e certeza de sucesso na condução de cada caso.

Márcio Borges
Geriatra - marcioborges@cuidardeidosos.com.br
Cuidar de Idosos


domingo, 8 de maio de 2011

A tigela de madeira

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.

A família comia reunida à mesa.

Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.

O filho e a nora irritaram-se com a bagunça. - "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho. - "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.

Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.

O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:

- "O que você está fazendo?"

O menino respondeu docemente:

- "Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer"

O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. 
Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.

Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

Desconheço o autor.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Fotonovela: O que se passa com vovô?

Traduzido e adaptado do site ALZHEIMER’S ASSOCIATION, pelo CUIDAR DE IDOSOS,  é bastante ilustrativa e interessante esta modalidade de recurso sobre a doença de Alzheimer. Fácil de entender, sem ser simplista, traz muitas das principais mensagens para aqueles que querem entender e aprender sobre a doença de Alzheimer. 



terça-feira, 3 de maio de 2011

Como os idosos podem acompanhar a tecnologia


Eis o problema dos produtos típicos da “tecnologia para idosos”: não há tecnologia suficiente num telefone que usa um teclado grande mas oferece opções limitadas, por exemplo. A idade avançada pode roubar algumas habilidades das pessoas, e os produtos que ajudam a mitigar isso são de fato uma boa coisa. Mas e se a a pessoa ainda estiver a décadas de distância de precisar desse tipo de ajuda? Hoje os membros da geração baby boom estão cruzando a fronteira da aposentadoria, mas isso não os torna incapacitados. Longe disso. Pode, entretanto, deixá-los desatualizados.

O que está acontecendo é uma separação digital”, disse Ken Dychtwald, diretor-executivo da Age Wave, organização de pesquisa e consultoria focada no envelhecimento da população. “As novas tecnologias são em grande parte direcionadas para pessoas abaixo dos 50 anos”, disse Dychtwald. “Se você é mais velho que isso, precisa reunir a coragem para perguntar à sua família como as coisas funcionam.”

O contato com as novas tecnologias costuma acontecer por meio de colegas de trabalho ou dentro de um sistema corporativo. “O local de trabalho é um bom lugar para aprender e compartilhar novas tecnologias”, acrescentou. “Se você está em casa, você não tem esse ambiente em torno de você.”

Mas muitas tecnologias comuns se tornam ainda mais valiosas quando as pessoas saem do escritório. Há produtos disponíveis para ajudar pessoas de 18 a 80 anos a serem mais ativas e informadas, para entreter e manter o contato com a família e os amigos.

Familiarizar-se com alguns desses produtos ajudará a garantir que a tecnologia, da mesma forma que a juventude, não seja desperdiçada nos jovens.

Eis algumas dicas fáceis:

Quer ficar ativo? Compre um console de videogame. Esqueça os jogos de atirar e os labirintos psicodélicos. Sistemas de jogos como o Nintentdo Wii, o Microsoft Xbox 360 e o Sony PlayStation 3 têm acessórios que tiram os jogadores de suas cadeiras e os colocam em movimento, quer seja com uma competição de dança virtual, um programa de exercícios ou um simulador esportivo.

Além dos benefícios de simplesmente se movimentar, estudos recentes mostraram uma melhora no equilíbrio em alguns idosos que usavam o Wii (que custa cerca de US$ 180) e seus programas de exercícios como o Wii Sports (cerca de US$ 24). O Xbox Kinect (US$ 300) da Microsoft é o sistema de jogos mais avançado disponível, com câmeras e sensores de movimento embutidos que podem ver o corpo do jogador e sua posição.

Usando um programa de exercícios como o Your Shape (US$ 50), o Kinect pode, além de mostrar os movimentos dos exercícios, ver se você os está praticando corretamente e oferecer conselhos personalizados para melhorar sua forma.

Quer manter o contato? Compre uma webcam. Embora nada substitua as visitas pessoais, a videoconferência chega bem perto disso. Se o seu computador não tem uma webcam embutida, compre uma externa. A Logitech fabrica uma grande variedade de câmeras, mas o modelo C310, por cerca de US$ 30, é apropriado para conversas com amigos e netos.

Além do hardware, você vai precisar de uma conta no Skype, Gmail, iChat, AIM ou outro serviço. Fazer e receber chamadas de vídeo é simples e não custa nada. Desde que os seus parentes tenham contas na mesma rede, você poderá falar face a face pelo tempo que quiser.

Quer ficar informado? Compre um tablet ou leitor eletrônico. A interface intuitiva do tablet, com tela sensível ao toque, pode servir para qualquer um que deteste o teclado tradicional e o mouse. Entre o número cada vez maior de tablets, o iPad da Apple (a partir de US$ 499) continua sendo a melhor escolha.

Ele é fácil de usar, e sua grande variedade de aplicativos transforma-o no prefeito companheiro digital. Além disso, a função de zoom coloca qualquer texto – quer seja de um livro eletrônico, site ou e-mail – em fontes grandes em poucos segundos.

Se o tablet parecer um passo muito adiante, por motivos financeiros ou tecnológicos, considere um leitor de e-book. O Kindle da Amazon (US$ 139) é o líder aqui. Sua conexão de internet sem fio, “sempre ligada e gratuita”, significa que você pode baixar livros em quase qualquer lugar dentro de segundos.

Você também pode se inscrever nas versões de jornais e revistas para o Kindle (e também ajustar o tamanho da fonte). Além disso, o Kindle é leve, pesando apenas 226 gramas, e você pode armazenar até 3.500 livros nele.

Quer continuar produtivo? Baixe alguns aplicativos. Quando você está empregado, tem uma certa estrutura. Você tem uma certa organização. Se quiser manter isso durante a aposentadoria, há programas que podem ajudar. O Evernote é um deles. Ele se auto-intitula um assistente digital pessoal, mas é na verdade o melhor guarda-arquivos do mundo.

O Evernote permite que você copie quase tudo o que encontrar na internet e cole em “cadernos” que podem ser pesquisados. Encontrou uma foto de que gostou na internet? Copie e cole no Evernote. Grife uma parte de um e-mail e guarde-o no Evernote. Envie um link que um amigo o mandou para sua conta do Evernote.

Ele é facilmente acessível de quase todos os aparelhos com conexão à internet (e alguns aparelhos podem até guardar dados offline também, graças a coisas como o aplicativo Evernote iPhone). Há uma versão gratuita do Evernote, e uma versão premium por uma taxa anual de US$ 45, sem propaganda e com algumas funções expandidas.

Um programa que também vale a pena considerar é o Dragon Dictation da Nuance. Disponível para computadores Windows (por US$ 100) e para Macs (por US$ 200), o Dragon usa tecnologia de reconhecimento de voz para transcrever o que você diz. Você pode falar naturalmente, acrescentando a pontuação falada, e ditar um e-mail.

O aplicativo também pode executar comandos de voz para o seu computador. Assim, basta dizer “procure na Amazon por Stieg Larsson” para que ele direcione o navegador imediatamente para a Amazon.com e procure essas palavras. Você pode dizer ao seu computador para abrir e fechar programas, rolar a página para cima e para baixo e selecionar palavras e linhas para copiar, deletar ou colar.

Quer se divertir? Assista a filmes direto na sua TV (através de uma conexão de internet de alta velocidade). As locadoras de filmes estão perdendo o apelo, e os custos da programação pay-per-view da TV a cabo podem ficar altos. Mas US$ 60 compram um decodificador Roku, e isso abre um mundo de programação de vídeo mais acessível.

Quando combinado com uma assinatura de US$ 8 mensais do Netflix, você ganha acesso à biblioteca de milhares de filmes e programas de televisão da companhia, com apenas um clique do controle remoto. Outros serviços de assinatura, como o Amazon Instant Video e o Hulu Plus, também estão disponíveis.

A Apple TV, por US$ 99, também oferece o Netflix, e inclui acesso para a biblioteca de programas e filmes do iTunes da Apple. Ele também tem uma seleção mais atual – o Netflix não tem programas de TV atuais; o iTunes os disponibiliza no dia seguinte à transmissão na TV. O serviço da Apple também tem filmes mais atuais. Diferente do Netflix, o iTunes não é um serviço para assinantes, mas funciona numa base a la carte: os programas de TV podem ser alugados por 99 centavos de dólar e comprados por US$ 2 ou US$ 3. Os filmes também podem ser alugados ou comprados por vários preços.

Quer ver quem está fazendo o quê? Compre um porta-retratos digital. Os porta-retratos digitais não são novos, mas o crescimento da conexão sem fio dá à tecnologia algumas novas características que valem a pena. Um bom exemplo dos últimos avanços podem ser encontrados no porta-retrato digital Photo Mail da Pandigital, por US$ 180.

À primeira vista, ele se parece com muitos outros porta-retratos digitais – um simples retângulo escuro em volta de uma tela de 8 polegadas. E como os outros porta-retratos digitais, esse modelo pode mostrar fotos de um cartão de memória de uma câmera. Mas o que o diferencia dos outros é a capacidade de receber novas fotos, via conexão sem fio, dos amigos e da família.

O porta-retratos Photo Mail, como o Kindle da Amazon, tem uma conexão gratuita e ininterrupta com a rede sem fio da AT&T. O porta-retratos também tem seu próprio endereço de e-mail. Isso significa que qualquer pessoa que tenha o endereço pode enviar fotos para o porta-retrato, onde elas aparecerão instantaneamente (um aviso na tela indica quando novas fotos chegaram).

Se os netos estiverem na praia, seus pais podem enviar fotos por e-mail assim que as tiram, e elas aparecerão no porta-retratos em casa. E diferente de muitos outros porta-retratos que têm uma função semelhante, mas precisam de uma rede Wi-Fi, instalar o Photo Mail não leva quase tempo nenhum.

Esses produtos e serviços não estão radicalmente distantes da vida cotidiana, mas podem fazer melhorias concretas, permitindo que as pessoas fiquem mais conectadas, eficientes e informadas. E como esses objetivos independem da idade, o mesmo deve valer para os produtos que ajudam a atingi-los.

Sam Grobart

Extraído de: 

http://www.nytimes.com/2011/03/03/business/retirementspecial/03Tech.html?_r=1&ref=samgrobart