terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lembrando as palavras de Cícero


         Na atualidade, muito tem sido pesquisado e escrito sobre a terceira idade, pelo aumento da idade média de vida e pela perspectiva de um aumento considerável desta população. São teorias, estudos, pesquisas, políticas públicas, leis visando proteção, qualidade de vida, inserção na comunidade, abertura de novos campos de atividade para o idoso e para os profissionais que venham a lidar com as pessoas desta idade, como gerontólogos, profissionais de educação física, informática, música, dança, psicologia, fisioterapia, etc.

      Existe toda uma preocupação em que a terceira idade seja vivida com prazer, com sentimento que induza à fruição deste período como algo que é recebido como uma graça, uma conquista, não com sentimento de desvalia ou pensamento angustiante com relação à morte. É curiosos que Cícero (Marco Túlio Cícero) em 44 a.C já se preocupava com isto demonstrando sentimento semelhante ao da atualidade.

      Em SABER ENVELHECER podemos destacar partes interessantes quando ele diz que há quatro razões pelas quais seria possível acharem a velhice detestável que são:

    afastamento da vida ativa; enfraquecimento do corpo; privação de prazeres; proximidade da morte ao que ele próprio rebate dizendo com relação à primeira assertiva que embora a velhice não esteja incumbida das mesmas tarefas que a juventude, há outras que faz mais e melhor visto que são outras as qualidades requeridas, como a sabedoria, a clarividência, o discernimento.

          Á preocupação com o envelhecimento do corpo e o conseqüente declínio de memória, ele se contrapõe citando aqueles que criaram obras notáveis apesar da idade. Enfatiza que a velhice não deve ser inerte, mas ocupada a ponto de procurar aprender coisas novas. Cícero dedicou-se a aprender literatura grega já em idade avançada.

       Atribuiu grande parte do envelhecimento, à herança de uma juventude voluptuosa ou libertina.

      Incentiva o cuidado com o corpo através do exercício físico, comer e beber o necessário para recompor as forças, ocupar o espírito e a alma.

      Com relação à privação do prazer, afirma que a velhice não é insensível a ele. Há moderação, substituição de prazeres e liberação da alma das paixões. As pessoas passam a viver mais “consigo mesmas”. São muitos os prazeres do espírito desenvolvidos o que permite este modo de viver mais tranqüilo.

     Ao medo da proximidade da morte contrapõe a assertiva que este medo não é específico da velhice, pois é um risco compartilhado também pela juventude. Aos que pensam que a morte termina com a alma, aconselha despreza-la e aos que crêem na imortalidade, deseja-la, além do que, quem, jovem ou velho, pode ter segurança de estar vivo a cada amanhecer ou anoitecer?

    Por fim, mais um pensamento sábio ao recomendar aceitação do tempo que cada um tem para viver procurando fazer neste tempo o melhor e que no momento de partir o faça como quem sai de um albergue onde foi recebido, posto que a natureza nos oferece uma pousada provisória.

Por: Isabel C. S. Vargas

Extraído de : http://meuartigo.brasilescola.com
 

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