Manter-se ativo é um importante diferencial para um processo de envelhecimento mais saudável. Quando falo em atividade, refiro-me ao termo de maneira abrangente, incluindo assim a atividade física, a atividade intelectual e cognitiva, a atividade do ponto de vista social.
Porém, há alguns dias recebi a indicação de um artigo que falava sobre os idosos superativos – pessoas maiores de sessenta anos que são ativas em excesso. Este é um fenômeno que há alguns anos vem acontecendo com as crianças: os pais acabam sobrecarregando-as de atividades extraescolares, o que acaba sendo cansativo e contraproducente.
Em relação aos idosos, isto não é diferente. Alguns idosos estão se excedendo no quesito atividade, o que pode deixá-los cansados, ansiosos e estressados frente a muitos compromissos, agenda cheia e pouco tempo livre para si mesmo.
Por isto, fica um alerta: assim como os pais precisam dosar as atividades das crianças, os idosos também necessitam tomar este cuidado. É comum, após a aposentadoria, surgir o receio de a saída do mercado de trabalho dar lugar a um sentimento de inutilidade e vazio. A saída dos filhos da casa dos pais pode desencadear o mesmo sentimento de vazio. Na tentativa de sentir-se útil frente a estas grandes mudanças no estilo de vida do idoso, é comum a busca incessante por atividades que preencham o tempo. No início esta postura costuma ser benéfica para o idoso, porém, após um tempo, a rotina começa a cansar.
Antes de ingressar num grande número de atividades, o idoso deve tomar alguns cuidados. O primeiro é escolher atividades que sejam de seu interesse, como, por exemplo, aquelas que o idoso almeja há mais tempo e não pode realizar anteriormente devido à sua antiga realidade de vida. O segundo cuidado é em relação aos horários. Não vale a pena preencher todo o tempo, como se fosse uma jornada de trabalho. O idoso deve ter tempo livre para ser desfrutado após a aposentadoria para o lazer e para a realização de tarefas como fazer compras, ir ao médico, tomar conta de um neto, viajar, dentre outras. É legal ter um dia útil para isso.
O terceiro cuidado é em relação à natureza das atividades. Se o idoso dispor de condições para desempenhar mais de uma, procure diversificar em relação à sua natureza como, por exemplo, trabalho voluntário, aprendizagem (informática, línguas, educação formal), trabalhos manuais, atividade física, grupos religiosos, grupos de terceira idade, etc. Fazer mais de uma atividade parecida (como, por exemplo, fazer hidroginástica e caminhada) no mesmo dia pode trazer prejuízos ao idoso. O último cuidado é em relação à família. Normalmente cônjuges e filhos reclamam da repentina ausência do idoso em relação à família, por isso, é importante não comprometer o tempo reservado à família com as atividades.
De maneira geral, fica a recomendação: mantenha-se ativo, independente de sua faixa etária, porém, da mesma forma, não se sobrecarregue, reserve um tempo para o lazer!
Luciene C. Miranda
Psicóloga - lucienecm@yahoo.com.br
Porém, há alguns dias recebi a indicação de um artigo que falava sobre os idosos superativos – pessoas maiores de sessenta anos que são ativas em excesso. Este é um fenômeno que há alguns anos vem acontecendo com as crianças: os pais acabam sobrecarregando-as de atividades extraescolares, o que acaba sendo cansativo e contraproducente.
Em relação aos idosos, isto não é diferente. Alguns idosos estão se excedendo no quesito atividade, o que pode deixá-los cansados, ansiosos e estressados frente a muitos compromissos, agenda cheia e pouco tempo livre para si mesmo.
Por isto, fica um alerta: assim como os pais precisam dosar as atividades das crianças, os idosos também necessitam tomar este cuidado. É comum, após a aposentadoria, surgir o receio de a saída do mercado de trabalho dar lugar a um sentimento de inutilidade e vazio. A saída dos filhos da casa dos pais pode desencadear o mesmo sentimento de vazio. Na tentativa de sentir-se útil frente a estas grandes mudanças no estilo de vida do idoso, é comum a busca incessante por atividades que preencham o tempo. No início esta postura costuma ser benéfica para o idoso, porém, após um tempo, a rotina começa a cansar.
Antes de ingressar num grande número de atividades, o idoso deve tomar alguns cuidados. O primeiro é escolher atividades que sejam de seu interesse, como, por exemplo, aquelas que o idoso almeja há mais tempo e não pode realizar anteriormente devido à sua antiga realidade de vida. O segundo cuidado é em relação aos horários. Não vale a pena preencher todo o tempo, como se fosse uma jornada de trabalho. O idoso deve ter tempo livre para ser desfrutado após a aposentadoria para o lazer e para a realização de tarefas como fazer compras, ir ao médico, tomar conta de um neto, viajar, dentre outras. É legal ter um dia útil para isso.
O terceiro cuidado é em relação à natureza das atividades. Se o idoso dispor de condições para desempenhar mais de uma, procure diversificar em relação à sua natureza como, por exemplo, trabalho voluntário, aprendizagem (informática, línguas, educação formal), trabalhos manuais, atividade física, grupos religiosos, grupos de terceira idade, etc. Fazer mais de uma atividade parecida (como, por exemplo, fazer hidroginástica e caminhada) no mesmo dia pode trazer prejuízos ao idoso. O último cuidado é em relação à família. Normalmente cônjuges e filhos reclamam da repentina ausência do idoso em relação à família, por isso, é importante não comprometer o tempo reservado à família com as atividades.
De maneira geral, fica a recomendação: mantenha-se ativo, independente de sua faixa etária, porém, da mesma forma, não se sobrecarregue, reserve um tempo para o lazer!
Luciene C. Miranda
Psicóloga - lucienecm@yahoo.com.br
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