São as experiências de toda a vida que determinarão se a velhice será uma oportunidade para a liberdade e consolidação da experiência adquirida ou uma prisão de todo potencial humano. Atingimos a terceira idade na sexta década. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o envelhecimento ocorre de forma diferenciada para cada pessoa e tem múltiplas dimensões (física, mental, social, política, econômica e cultural).
Observa-se hoje um momento na sobrevida da população. Prevê-se que, ainda neste século, com os avanços científicos e técnicos permitirão ao indivíduo atingir a idade de 110 anos – uma idade que corresponde aos limites biológicos do ser humano. Essa previsão traz a preocupação em garantir aos idosos não apenas maior longevidade, mas felicidade, qualidade de vida e satisfação pessoal. Tal revolução demográfica formula aos especialistas, às pessoas públicas e à coletividade um desafio social e uma demanda por definições de políticas públicas para a promoção da saúde no envelhecimento.
Quando nos relacionamos às questões ligadas à terceira idade ao debate acerca da cidadania, partimos da prerrogativa de que a idade de alguém não se pode tornar parâmetro para a exclusão do indivíduo em qualquer nível. O Estatuto do Idoso (aprovado em 2003, com 118 artigos) é um marco importante na luta pelos direitos dos idosos, prevendo penas severas nos casos de desrespeito e abandono. A partir da promulgação do Estatuto, discriminação ao idoso em qualquer situação passou a ser encarada como crime, o que permite a justiça punir famílias que abandonam seus idosos em hospitais e Clínicas de saúde.
Nossa sociedade cultiva o mito da eterna juventude, de um lado, e incrementa a obsolescência programada, de outro. Acaba marginalizando os idosos como feios, seres improdutivos e os joga em asilos ou em fundos de quintais descartando-os como um produto perecível qualquer. Temos muito, o que aprender a partir das luzes do entardecer da vida, na sabedoria que brota da experiência que entende a vida não como um problema a ser resolvido nos circuitos requintados da eletrônica digital, mas como um mistério a ser descoberto e partilhado na gratuidade do amor a cada dia. Este é o segredo do envelhecer de forma graciosa, elegante e digna, que mais que acrescentar anos a vida, acrescenta vida aos anos!
Luiz Carlos Ribeiro – Filósofo/Teólogo/Filósofo Clínico
Cuidar de idosos
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